À convite do guia turístico Gilmar Júnior Fernandes, estive na Rocinha, uma das maiores comunidades da América Latina e, ao contrário do que muitos acham, me senti bem segura por lá.
Por este motivo, resolvi compartilhar com vocês a minha experiência, com todos os detalhes.
Mas vamos desde o início.
Um pouco da história
A Rocinha é uma favela localizada na Zona Sul do Rio e já foi considerada a maior da América Latina, perdendo, atualmente, apenas para a Sol Nascente, que fica em Brasília.
O comércio por lá, funciona 24 horas e tem de tudo um pouco: farmácia, shoppings, bancos e tudo o que o morador possa precisar! Além de uma biblioteca enorme que, inclusive serve também como um centro cultural.
São, aproximadamente, segundo o guia Vinícius Lemos, 350.000 (trezentas e cinquenta mil) moradores na comunidade. Só de moto táxis, são entre três e cinco mil, rodando apenas lá dentro.
O nome Rocinha se originou porque existe uma feira muito famosa na Gávea, até hoje, onde os produtos vendidos por lá, vinham de pessoas moradoras da comunidade, que plantavam nos seus quintais.
Quando se perguntava: de onde veio esse coentro? Elas respondiam: da minha rocinha. De onde veio esse alface? Da horta da minha rocinha. Com isso, o nome acabou “pegando”.
Ela está no meio dos bairros Leblon, Ipanema e Copacabana. De lá, você consegue ver o Pão de Açúcar, os bairros Jardim Botânico, Humaitá e Botafogo, o Cristo Redentor e a Floresta da Tijuca, considerada a maior floresta urbana do mundo.
Uma curiosidade: os becos são mais escuros que a rua principal, como você vai ver durante o tour. Os prédios são altos e por isso o sol não bate, deixando eles mais úmidos. Além disso, como eles são apertados, dificultam a circulação de ar. Por estes motivos, há uns 10 (dez) anos atrás, mais ou menos, a Rocinha estava no topo da lista de maiores casos de tuberculose do Brasil. Hoje já diminuiu bastante, mas ainda está entre os dez lugares.
Sobre o tour
Eles mostram a favela de verdade! Pontos que contam histórias e curiosidades da comunidade de forma real.
O guia Gilmar, já na primeira parada, inicia a conversa, falando sobre o grande contraste social no Rio de Janeiro, começando pelo ponto de encontro para o início do tour que é no metrô São Conrado, que já foi considerado o segundo metro quadrado mais caro do RJ. Ou seja, você encontra comunidades inseridas em muitos bairros ricos.
E a mídia salienta em como as comunidades são perigosas, no entanto, segundo o Gilmar, você vai se sentir muito mais seguro dentro da favela do que em muitos bairros da cidade.
A ideia do tour, é que você entenda os pontos positivos, pelos olhos dos moradores que fazem deste lugar, “uma cidade, dentro da cidade”
O tour conta com seis paradas. São elas:
. Visual do Laboriaux: subimos de moto até este ponto, que é o mais alto, e descemos a pé.
É dali que os guias fazem a introdução do passeio.
. Bar e Restaurante Novo Visual
Além do espaço super instagramável, tem drinks deliciosos e uma vista espetacular da comunidade. E ainda rola uma lojinha para você poder levar uns souvenirs para casa.
Nele, o Gilmar conta um pouco mais da história do lugar, como por exemplo, como nasceu o nome Rocinha.
Uma curiosidade que me chamou a atenção: na parede do restaurante, há um aviso de que, uso de drogas no local, é proibido, totalmente na contra mão do que as pessoas pensam da postura de um bar dentro da comunidade.
É lógico que paramos para apreciar a vista de 360 graus e os drinks…. hahahahaha
À título de curiosidade, escolhi o Gin e custou R$35
Outra informação bem interessante é a de que foi no Novo Visual, onde a música Ai Preto do L7nnon & Biel do Furduncinho, que estourou na mídia, foi gravada.
. Nossa próxima parada, foi para um lanchinho oferecido pelo Gilmar.
. Continuamos nossa descida pelos becos e vielas, tirando muitas fotos e numa delas, o guia nos mostra como é o sistema de entrega de cartas pelo correio. Geralmente, em cada beco, tem uma caixa de madeira, onde o carteiro deixa as cartas, o morador vai lá, checa o nome e leva para casa.
Quando é uma encomenda, na rua principal, sempre tem um bar, um cabelereiro, um restaurante, onde o endereço é mais claro, e aí os correios deixam lá e o morador pega com eles. Sem um custo adicional para o morador.
Como diz o Gilmar, “é bem comunidade mesmo: um ajudando o outro”. Incrível, né?
. Quadra onde foi gravada Rainha da Favela da cantora Ludmilla e é lógico que gravamos o nosso vídeo por lá. Hahahahaha
. Laje da musa da caixa d´água, que é de onde se tem a vista mais linda do nosso tour. De lá conseguimos avistar a Pedra da Gávea e o mar de São Conrado.
É de babar, né?
. Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, que foi a primeira igreja católica da Rocinha
. Mercado Popular que é tombado pelo Patrimônio Histórico
Quanto custa
O valor por pessoa é de R$145 (cento e quarenta e cinco reais) por pessoa, podendo ocorrer mudança nos valores durante algumas épocas do ano.
Crianças até 10 anos, pagam R$70 (setenta reais)
O pagamento pode ser feito em dinheiro ou pix.
No ato da reserva, que você pode fazer pelo whatsapp que está no link da bio do Instagram @gilmarjuniorfernandes, você paga R$50 e o restante no dia do tour.
O que está incluído no tour
. Transporte para o alto da favela
. Auxílio para fotografias
. Taxas dos locais visitados
. Guiamento em três línguas diferentes: português, espanhol e inglês
. Bônus
Agora que eu já te dei essa dica e você conseguiu entender um pouquinho sobre esse lugar com vistas deslumbrantes, muita cultura e gente do bem, já marca o seu tour!
Até a próxima!!!!